quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Os Mistérios de Agatha.


“Para ela, era importante que o mundo fosse ordenado, correto, tudo em seu devido lugar: o universo de sua infância. Preocupava-se com a aparência, embora a sua própria não fosse das mais agradáveis. Aos 40 anos começou a engordar e transformou – se numa matrona, de seios fartos e quadris avantajados. Os dentes eram ruins e, por isso mesmo, nunca aparecia sorrindo nas fotografias”. Quem conta isso é Rosa Montero no livro A Louca da Casa. E a curiosa personalidade retratada é Agatha Christie, uma das maiores escritoras de romance policial de todos os tempos, conhecida como “A Rainha do Crime”.
Hoje, 15 de setembro, completam-se 120 anos do nascimento dessa escritora única,  nascida Agatha Mary Clarissa Christie. Tendo crescido durante a época vitoriana, não chegou a freqüentar a escola. Embora tenha aprendido a ler sozinha, aos quatro anos, memorizando palavras, foi educada em casa. Passou a infância e adolescência lendo histórias de detetive, como as de Sherlock Holmes e de autores como Edgar Alan Poe. Depois inventava mistérios com sua irmã Madge.

Um desafio de Madge a levou à literatura profissional. Quando esta lhe disse que ela jamais jamais seria capaz de escrever um romance policial, Agatha  levou tão a sério que escreveu “O Misterioso caso Styles", obra que foi publicada em 1920. Desde então não parou mais. 
Foram mais de 80 livros, que venderam mais de 4 bilhões de cópias no mundo. É a autora mais publicada de todos os tempos em qualquer idioma, somente ultrapassada pela Bíblia e por Shakespeare.
Um de seus personagens mais fascinantes é Hercule Poirot (inspirado em um vizinho, de baixa estatura e bigode bem cuidado), cuja característica mais marcante é a ironia. Outra figura popular é a Miss Marple, uma adorável velhinha britânica que vive no campo, mas parece estar sempre por perto quando acontece um crime. 
Conheço Agatha Christie há muito, muito tempo, desde criança, talvez.
Desde então tenho fases de lê-la aos montes, um livro atrás do outro, envolvida nas histórias, nos suspenses, nos personagens exóticos e engraçados, nas aventuras de Hercule Poirot e Miss Marple.
Depois, acomodados nas prateleiras, seus livros (muitos) esperam que se acenda novamente meu desejo de  viajar pelas tramas da autora.
Um desses momentos aconteceu este ano, em que li, em um mês, cinco de seus livros: "Convite para um Homicídio", "Treze à Mesa", "A Mansão Hollow", "O homem do Terno Marrom" e "Um Brinde com Cianureto". Uns gostei mais do que outros, mas analisando criticamente, percebi ali, não apenas casos mirabolantes de assassinatos, envenenamentos, cenas macabras ou dramáticas; percebi um estilo próprio e uma habilidade para contar histórias que foge à narrativa pura e simples. Não existe em seus livros apenas um caso a ser contado, mas descrições deliciosas dos personagens, dos lugares, dos hábitos adotados na época. Ela realmente nos faz viajar. Peguei-me por várias vezes analisando um por um os personagens para descobrir quem seria o assassino. Na maioria das vezes, não consegui. Mas esta é justamente a graça de se ler um romance policial (gênero no qual ela é imbatível): a surpresa que nos reserva o final.
Certa vez, ela revelou que começava seus livros pelo assassinato. Depois estudava a forma como foi cometido, para espalhar pistas verdadeiras e falsas no decorrer dos capítulos. Outra dica da autora: o importante em um romance policial é que o detetive não deve saber nunca mais do que o leitor.
Uma inglesa no verdadeiro sentido da palavra, graciosa e gentil, porém contida, reservada e misteriosa, é assim que imagino Agatha. Esse post é uma homenagem aos 120 anos de nascimento dessa escritora tão singular que tem lugar certo na literatura mundial. E na minha estante , com certeza. Obrigada, Agatha.

Agatha Christie faleceu em 12 de janeiro de 1976.

Um comentário:

  1. Oii linda amei seu blog ele me fez conhecer muitos novos e me muito conhecimento.Entra lá no meu blog fofa looks e notícias dos famosos pra vocês.Bjokinhas
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